11Dez . 2019
Antes de abordar essa diferença, vamos conversar um pouco, sob uma visão clínica, sobre autoligados versus convencional? Boa leitura!
O que é o aparelho autoligado?
Um tipo de aparelho fixo que possui clipes nos bráquetes, ao invés de ligaduras para “ligar o fio”. Foi descrito pela primeira vez, há mais de 80 anos por Russel que descreveu em 1935 na literatura um sistema, onde o arco era fixado e pressionado dentro da canaleta dos bráquetes Edgewise por um parafuso.
A ausência das ligaduras traz vantagens na higiene e estética. Como o fio do aparelho passa diretamente por dentro de canaletas e é preso pelas tampas do bráquete, dispensa o uso do acessório de amarração convencional, que acaba acumulando mais placa, pelo volume e tipo de material elástico.
Outra vantagem é em relação ao tempo de tratamento. Mas muita atenção, visto que o tempo de tratamento envolve muitos fatores, inclusive a cooperação do paciente, não gosto de adicionar esse fator como algo atrativo para seleção. Costumo comunicar com os pacientes e também alunos, utilizando o termo “otimização de tempo” e não “redução do tempo”. Sim, temos menos tempo de cadeira, troca de arcos mais espaçados e com uma sequência mais enxuta, posso assim dizer, então conseguimos adiantar fases de tratamento.
Com a existência de um menor atrito entre as estruturas do aparelho e a possibilidade de se aplicar a força adequada para a movimentação dentária a ser obtida, os danos aos tecidos que circundam os dentes (ossos, gengivas e ligamentos periodontais) poderão ser menores. Causando movimentações mais biológicas e ao mesmo tempo menos efeitos colaterais que possam causar desconforto.
A ausência de atrito é um fator importante a ser explorado, mesmo com o sistema autoligado, poderemos sim ter projeção de incisivos e inclinação. O que vai diferenciar no tratamento com este sistema é o bom manejo dos torques, entendimento da relação bráquetes/arcos e também um criterioso diagnóstico e planejamento biomecânico, com auxiliares. Temos uma matéria por aqui, onde abordamos fios ortodônticos. Vale a pena dar uma lida, CLIQUE AQUI. É ortodontia. E essa não muda, no ponto de vista de diagnóstico.